Aristocracia é a forma de governo em que o poder supremo está exclusivamente
confiado a um pequeno número de cidadãos. Vem do grego aristos, que
designava a um tempo o alto nascimento, a posse de riquezas e a excelência
pessoal. Teoricamente, o governo de poucos devia ser dirigido para a realização
do bem de todos. Se, porém, os interesses da maioria são sacrificados em favor
da minoria, temos a degeneração deste regime político.
A aristocracia cabia bem ao espírito grego, porque a consideravam como
liberta dos perigos do despotismo e da demagogia. Platão, em A República, dizia que o
poder aristocrático devia ser exercido pelos filósofos, pois eram as pessoas
mais bem preparadas para as funções de governo. Historicamente, a aristocracia
de fato apareceu quase que exclusivamente na Grécia, porque os senados eram
formados pelas famílias mais nobres e mais ricas do Estado.
Na Idade Média, se bem que o poder estava nas mãos de poucos, os
senhores feudais, em seus feudos eram o único senhor a decidir. A aristocracia
ressurge no Estado moderno, mas com outra roupagem, totalmente diferente
daquela vista na Grécia e Roma antigas. Nos tempos modernos, a aristocracia
significou mais um monopólio de títulos do que o exercício do poder político. A
própria Inglaterra, durante o século XVIII, foi aristocrata, mas parlamentar,
pois tanto o rei quanto o parlamento estavam submetidos a um pequeno número de grandes
famílias do partido.
Lembremo-nos de que "todo poder corrompe e todo poder absoluto
corrompe absolutamente". Segundo Platão, o poder aristocrático pode
degenerar em poder timocrático, que é o governo baseado na apropriação de
terras e de casas. Pode também degenerar em poder oligárquico, em que somente
os ricos mandam. Chefes de Estado não faltaram para essa degeneração.
O poder, a riqueza e a autoridade são bens que nos chegam às mãos, não
para o nosso benefício próprio, mas para a promoção do bem-estar da comunidade
em que vivemos.