02 dezembro 2014

Inovação - Aprendendo com o Fracasso

"A inovação eficaz é a novidade que baixa o custo e o preço de um bem e de um serviço, e, deste modo, aumenta o produto global de que uma economia dispõe, calculado em preço corrente." (F. Perroux)

Inovação. Em sentido amplo, engloba uma gama enorme de considerações desde a psicologia até as ideologias de governo. Em sentido técnico, inovação tecnológica é um processo que abrange a concepção, definição, produção, utilização e difusão de um novo produto, processo produtivo ou sistema de produção. Em economia, inovação é o estabelecimento de uma nova função de produção com mais produtividade.

No estudo da inovação, devemos fazer uma distinção entre a invenção,  a descoberta e a inovação propriamente dita. A invenção consiste em criar algo que ainda não existe. A descoberta consiste em encontrar algo que já existia, mas ainda não conhecido. A inovação foi estudada no âmbito de rendibilidade por economistas e sociólogos. O seu intuito é modificar para melhor o sistema de produção, tornando-o mais eficiente, mais produtivo.

Joseph Schumpeter é considerado um dos grandes teóricos da inovação, principalmente em função de sua tese da "destruição criadora". Como entendê-la? Uma vez assimilada uma dada inovação, há um "enxame" de novos inovadores oferecendo processos de produção mais eficientes. Isso acarreta um excesso de oferta de inovação no processo produtivo geral. A consequência é uma inflexão das curvas de demanda e uma paralisação do ciclo produtivo. Com isso, há uma destruição dessas inovações para darem lugar a inovações mais produtivas e eficientes.

Schumpeter distingue cinco tipos de inovação: 1) o fabrico de um novo bem; 2) a introdução de um novo método de produção; 3) a abertura de um novo mercado, quer dizer, o fato de um indústria conquistar um mercado em que anteriormente não vendia; 4) a conquista de uma nova fonte de abastecimento em matérias-primas; 5) a realização de uma nova forma de organização da produção.

A inovação está mais para o fracasso do que para o êxito. Há o risco de demanda, o risco comercial, o risco tecnológico, o risco organizacional. Nesse sentido, o químico Humphry Davy disse: "As minhas descobertas mais importantes me foram sugeridas por meus próprios fracassos". Ford, por seu turno, argumentou: "O fracasso é a única oportunidade de começar de novo de uma maneira mais inteligente". A incerteza é o elemento propulsor da inovação. Em muitas ocasiões, entra em ação a inspiração e a intuição do inovador, como uma espécie de percepção extra-sensorial.  

Um exemplo prático: a desafiadora busca por inovação pela IBM em toda a sua história. Ela auxiliou na descoberta e no desenvolvimento de supercomputadores, semicondutores e supercondutividade. Gasta bilhões de dólares em inovação: registra mais patentes do que qualquer outra empresa e seus funcionários já ganharam cinco prêmios Nobel. Os programas de recompensas e reconhecimento são essenciais para promover a inovação. A IBM possibilita que seus funcionários, familiares e outros participem das sugestões que são pedidas online.

Muitas inovações não são aceitas por causa da rede mundial de comércio. Observe a invenção do carro elétrico. O sistema mundial ligado ao petróleo acabou impedindo de ele prosperar.  

Fonte de Consulta

DODGSON, Mark e GANN, David. Inovação. Tradução de Iuri Abreu. Porto Alegre, RS: L&PM, 2014. (Coleção L&PM POCKET, v. 1164)

POLIS - ENCICLOPÉDIA VERBO DA SOCIEDADE E DO ESTADO. São Paulo: Verbo, 1986.

THINES, G., LEMPEREUR, A. Dicionário Geral das Ciências Humanas. Lisboa: Edições 70, 1984.



 

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